reflexos da ômicron

Casos de Covid-19 crescem sete vezes em pouco mais de uma semana na região

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Foto: Márcio Saldanha Vaqueiro (Prefeitura de São Gabriel/Divulgação)
Em São Gabrel, a Unidade Gripão atende pacientes com sintomas gripais na quadra de esportes da Escola Ginásio São Gabriel

O ano de 2022 começou com um crescimento exponencial de casos de Covid-19 na Região Central. Em pouco mais de uma semana, o total de casos ativos nos municípios da região saiu de 365 para 2.726, um aumento de mais de sete vezes. Por outro lado, o número de casos graves e hospitalizações é baixo e apenas duas mortes foram registradas em 2022. A chegada da variante Ômicron e aglomerações nas festas de fim de ano são apontados como principais fatores para o crescimento dos casos.

Os dados foram retirados dos boletins epidemiológicos divulgados pelas 38 prefeituras da região. A exceção é Santa Maria, que ficou de fora do levantamento. Foram comparados os dados apresentados nos primeiros boletins do ano, divulgados, em sua maioria, entre os dias 3 e 5 de janeiro, e os mais recentes, desta semana. Nem todas as prefeituras divulgam os dados diariamente.

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Apenas dois municípios não registraram casos ativos no último boletim epidemiológico: Jari e Dona Francisca. Os demais tiveram crescimento no total de casos ativos. Algumas cidades de menor porte ainda mantém um número baixo, como em Itacurubi, que tem um, e Paraíso do Sul, com seis. Mas outros, como Nova Esperança do Sul, apresentaram um crescimento rápido. Em 3 de janeiro, o município havia apenas um caso ativo. Na terça-feira, já eram 95. O mesmo aconteceu com Caçapava do Sul (de 6 para 68) e Júlio de Castilhos (3 para 92), por exemplo.

A Covid-19 voltou a assustar até mesmo cidades em que era assunto do passado. Após 122 dias, Dilermando de Aguiar voltou a registrar casos. Foram dois na última sexta-feira. Nesta quarta, já eram 7 positivos e outros 12 suspeitos.

- Estamos monitorando. Eles apresentam sintomas leves e nenhum precisou internar. Nesta quinta vamos nos reunir com o comitê e montar algumas estratégias de isolamento desses casos - explica a secretária de Saúde, Viviane Leal.

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A triagem e atendimento em separado de pessoas com sintomas gripais também foi retomada na Unidade Básica de Saúde da zona urbana. Sem casos, a estrutura havia sido desativada.

Foto: Carolina Brum Corrêa (Prefeitura de Restinga Sêca/Divulgação)
Unidade Móvel de Restinga Sêca. Anexo ao Hospital de Caridade São Francisco

AUMENTO DE CASOS FORÇA NOVAS ESTRATÉGIAS
Em números absolutos, os municípios com maior crescimento de casos ativos em 2022 são São Gabriel (de 139, em 1º de janeiro, para 678 na terça-feira), Cruz Alta (117, em 3 de janeiro, para 565) e Santiago (de 25 no começo do ano, para 346 nesta quarta).

Em São Gabriel, a estrutura do Gripão, que atende pacientes com sintomas gripais, foi realocada para a quadra de esportes da Escola Ginásio São Gabriel para atender a demanda, que é maior do que a registrado no pico da pandemia, no ano passado. São cerca de 200 atendimentos diários em três turnos.

- Nem nos piores momentos tivemos uma média de 200 atendimentos por dia. Mas não temos pacientes graves, não são pacientes de UTI. A característica da internação agora é em leito clínico - afirma a médica e secretária de Saúde, Kátia Raposo, que diz não ter dúvidas da presença da variante Ômicron.

O município aposta na testagem e no isolamento dos contaminados. O resultado de testes RT-PCR, analisados pela Unipampa, saem em cerca de um dia.

São Francisco de Assis, município de cerca de 18 mil habitantes, adotou prática semelhante. Em pouco mais de uma semana, o número de casos ativos saltou de dois para 157. O número atual, que deve aumentar nos próximos dias, já é maior do que o registrado nos piores momentos da pandemia, em 2021. Por outro lado, o número de casos graves é muito menor. Apenas um munícipe necessitou internação até o momento.

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Para dar conta da demanda, o atendimento de pacientes com sintomas gripais foi direcionado ao Ginásio Municipal desde a última segunda-feira. A procura pela vacinação também teve um aumento considerável nos últimos dias.

- Não tenho dúvida de que está relacionado a variante Ômicron. Também há uma parcela das festas de fim ano. Já o baixo número de casos graves, com certeza tem relação com a vacinação - avalia o secretário de Saúde, Leonardo Pilar.

Pelo menos outros quatro municípios já anunciaram a volta de atendimento diferenciado para síndrome gripal. Em Júlio de Castilhos, há atendimento exclusivo em um espaço do Hospital Bernardina Salles de Barros. Em Restinga Sêca, uma unidade móvel foi anexada ao Hospital de Caridade São Francisco. Em São Vicente do Sul, a unidade Covid atende no Posto Central em horário estendido à noite, assim como a Policlínica de Caçapava do Sul.

OCUPAÇÃO DE LEITOS
A explosão de casos confirmados de coronavírus não reflete na ocupação de leitos de hospitais da região. Conforme painel de monitoramento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), a Região Covid de Santa Maria tem apenas quatro pacientes com a doença internados em UTIs - além de oito casos suspeitos. Em leitos clínicos, são 34 confirmados ou suspeitos de contaminação. As taxas de ocupação têm demonstrado estabilidade. Nesta quarta-feira, 33% dos leitos de UTI da região estavam ocupados. Dos leitos clínicos reservados para a Covid-19, a ocupação é de 11%.

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SANTA MARIA
Santa Maria, com cerca de 280 mil habitantes, é o maior município da região. O total de casos ativos informado pela prefeitura no último boletim epidemiológico é de 137.

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